terça-feira, 20 de setembro de 2011

PADRES APOSTÓLICOS e PADRES DA IGREJA

PADRES APOSTÓLICOS  e PADRES DA IGREJA

Síntese: Aos que têm dúvida quanto à veracidade da doutrina da Igreja Católica, ou de alguns de seus aspectos, ou têm dificuldades para aceitar alguns de seus dogmas, sugerimos estudar a patrística, a história do cristianismo e da igreja.

"Recomenda-se, por isso, vivamente que os católicos se aproximem com mais freqüência destas riquezas espirituais dos Padres do Oriente que levam o homem á contemplação das coisas divinas". (Papa João Paulo II, Carta Apostólica Orientale Lumen, 1995.)

Quando dizemos “O Santo Padre” (no singular), estamos falando do Papa; mas quando dizemos “Os Santos Padres” ou os “Padres de Igreja”, estamos nos referindo àqueles famosos “mestres” da doutrina e da fé que viveram nos primeiros séculos da Igreja. Eles foram os primeiros “construtores” da Teologia, os guias ou “pais” na elaboração da doutrina da Igreja. “Padres” quer dizer “pais”, geradores ou fontes. O período em que viveram chama-se Patrística, e o estudo de sua vida e de suas obras leva o nome de Patrologia.

A seguir damos outras características dos Padres da Igreja.

1.Antiguidade: situam-se entre os séculos segundo e oitavo.
2.Ortodoxia: sua doutrina é correta, aprovada pela Igreja.
3.Santidade de vida: são mestres e testemunhas da fé.
4.Aprovação: são reconhecidos pela Igreja como tais.

Por isso, Orígenes e Tertuliano não são propriamente “Padres” da Igreja. São, antes, apologistas ou Escritores Eclesiásticos. Sua doutrina teve alguns senões.

Outra expressão consagrada na Teologia e na História da Igreja é “Padres Apostólicos”. São aqueles mestres famosos que receberam a doutrina dos Apóstolos. Por exemplo: Inácio de Antioquia, Clemente Romano, Policarpo. Estes são também tidos como Santos Padres.

OS PADRES APOSTÓLICOS
A geração cristã que sucede aos apóstolos tem à sua frente bispos e presbíteros, entre os quais se destacam algumas figuras, luminosas por sua santidade, sabedoria e zelo doutrinal: os Padres Apostólicos.
Seus escritos são muito parecidos com as epístolas do Novo Testamento. Procuram mostrar aos fiéis a importância da salvação concedida por Cristo, reforçam a esperança no seu retorno, exortam à obediência aos pastores das suas comunidades e alertam para o risco das heresias e cismas.
São eles: Clemente Romano, Inácio de Antioquia, Policarpo de Esmirna, Pápias de Hierápolis, Barnabé e Hermas.
a) Clemente Romano
Clemente possuía, na sua época, grande autoridade, embora tenha sido conservado apenas um escrito de sua autoria: a carta aos Coríntios. A Igreja na Síria atribuiu a esta carta valor canônico, e o Codex Alexandrinus da Bíblia a incluiu entre os livros inspirados. Em torno do ano 170 o bispo Dionísio de Corinto atesta a sua leitura litúrgica.
Orígenes e Eusébio identificam Clemente com o colaborador de Paulo citado em Fl 4,3. De acordo com Santo Ireneu, ele foi o terceiro sucessor de Pedro em Roma (Pedro, Lino, Anacleto, Clemente). Para Tertuliano, no entanto, Clemente recebeu a Ordem diretamente do Príncipe dos Apóstolos.
O seu exílio para o Quersoneso Taurino e o seu martírio no mar Negro não podem ser considerados como fatos históricos.
A carta aos Coríntios, de Clemente, foi redigida nos últimos anos de Domiciano imperador (c. de 96). A razão de tal carta foram contendas naquela igreja. Membros mais jovens da comunidade haviam deposto os presbíteros. Quando a notícia chegou a Roma, Clemente interveio.
Nesta carta podemos detectar já a presença e o exercício do carisma petrino. Com autoridade, o bispo da Cidade Eterna exorta os coríntios a se submeterem aos seus superiores eclesiásticos, exigindo que a estrutura hierárquica da Igreja de Deus seja respeitada.
b) Inácio de Antioquia
Bispo da cidade de Antioquia, Inácio foi condenado, no reinado de Trajano, a ser dilacerado pelas feras. Em seu trajeto para o martírio, da Síria até Roma, escreveu sete cartas, para as igrejas de Éfeso, Magnésia, Trales, Roma, Filadélfia, Esmirna, e para seu irmão no episcopado, Policarpo.
Para Inácio, a eucaristia é "a carne de nosso Salvador Jesus Cristo, que sofreu por nossos pecados e que, na sua bondade, o Pai ressuscitou". Ensina que para a unidade da Igreja é fundamental a comunhão com a hierarquia: bispos, presbíteros e diáconos.
Santo Inácio utiliza, pela primeira vez, o termo "Igreja católica" para designar a verdadeira Igreja de Jesus Cristo. "Onde aparece o bispo, aí esteja a multidão, do mesmo modo que onde está Jesus Cristo, aí está a Igreja católica". Distingue a comunidade de Roma dentre todas as demais. É ela a igreja que "preside na região dos romanos, digna de Deus, digna de honra, digna de ser chamada feliz, digna de louvor, digna de sucesso, digna de pureza, que preside ao amor, que porta a lei de Cristo, que porta o nome do Pai..." Lá os apóstolos Pedro e Paulo selaram seu testemunho. Em Roma se encontra o autêntico magistério da fé.
Seu martírio ocorreu por volta do ano 110.
c) Policarpo de Esmirna
Policarpo chegou a conhecer o apóstolo João, que o constituiu bispo de Esmirna. Em meados do século I tentou fazer um acordo, em Roma, com o papa Aniceto, sobre o dia da celebração litúrgica da festa da Páscoa (primeira controvérsia quartodecimana). O heresiarca Marcião, ao encontrá-lo, perguntou ao santo se o conhecia. Policarpo respondeu: "Sim, eu te conheço. És o primogênito de Satanás". De acordo com o testemunho de Santo Ireneu, Policarpo escreveu várias epístolas a diversas comunidades e a bispos em particular. A única que nos chegou foi a remetida para a igreja de Filipos.
O Martírio de São Policarpo é a mais antiga narrativa de um martírio de que se tem notícia. Não se pode duvidar de sua autenticidade. Em um de seus trechos mais belos, o santo bispo recebe a ordem de amaldiçoar Jesus Cristo. Policarpo responde: "Há oitenta e seis anos que o sirvo; jamais ele me fez mal algum; como poderei eu blasfemar contra meu Rei e Salvador?" Quando as chamas da fogueira milagrosamente se desviavam do seu corpo, teve de ser morto com uma punhalada. E. Schwartz acredita que a morte de Policarpo se deu no dia 22 de fevereiro de 156.
Seus ossos foram recolhidos por fiéis, "mais valiosos que pedras preciosíssimas, mais apreciados que o ouro, e os sepultaram num lugar apropriado, onde se poderiam reunir eles em cada aniversário" - evidência de um culto de relíquias ainda em estado embrionário.
d) Pápias de Hierápolis
Pápias conheceu o apóstolo João e foi companheiro de São Policarpo. Bispo de Hierápolis, redigiu cinco livros relatando ensinamentos e atos de Jesus e dos que o seguiam (cerca de 130).
Eusébio, em sua História Eclesiástica, chama Pápias de espírito mesquinho, por causa de suas inclinações milenaristas. Da obra de Pápias só restam alguns fragmentos, um dos quais fala da origem dos evangelhos de Mateus e Marcos.
e) Barnabé
Na verdade a única referência que temos sobre este Barnabé é uma epístola. Clemente Alexandrino, Orígenes e a tradição em geral, atribuem esta epístola ao Barnabé companheiro de São Paulo. Eusébio de Cesaréia e Jerônimo consideram o documento como apócrifo.
A primeira parte do escrito fala sobre o Antigo Testamento e analisa as várias prefigurações do Cristo. A segunda, no estilo da Didaqué, expõe a doutrina das duas vias, a da luz e a das trevas.
Provavelmente o seu autor era um mestre gentio convertido. A composição da carta não tem data certa. Possivelmente depois do ano 130.
f) Hermas
Hermas era um comerciante de condição simples, cristão, com uma visão um pouco estreita, mas sincero e piedoso. Para Eusébio e Orígenes, tratava-se do mesmo Hermas referido por São Paulo em Rm 16,14.
Sua única obra conhecida é chamada de o Pastor de Hermas. Seguindo o modelo dos apocalipses judaicos, é uma exortação forte à penitência que utiliza muitas imagens misteriosas. Afirma a possibilidade de haver perdão dos pecados após o batismo, embora por tempo limitado. Contradizendo muitos autores antigos, Hermas considera lícito um novo matrimônio depois da viuvez.
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Os Padres da Igreja, grandes representantes do cristianismo dos primeiros séculos, explorarão as riquezas da Escritura e da Tradição para expor, fundamentar e aprofundar a fé. Fazem parte da história e tradição do cristianismo, história na qual a igreja católica foi se formando inseparável até os dias de hoje e da qual, as escrituras (palavra escrita) e sua fiel interpretação (palavra oral), são conseqüências lógicas insubstituíveis por contarem com a promessa divina de Jesus: ‘convosco estarei até o fim dos tempos’.

2 comentários:

  1. Salve Maria!

    Muito boa apresentação sobre a patrística.

    Em Jesus e Maria,
    Bernardo

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  2. Temos que difundir a boa nova, obrigado pelo comentário e vamos ser católicos e levar o máximo de pessoas difundindo a boa nova de Jesus.... Permaneçamos unidos na oracao paz e bem....

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